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Rituais invisíveis: quando o gesto se torna escuta

  • Foto do escritor: Nicole Plascak
    Nicole Plascak
  • 7 de abr.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de ago.



“Muitas vezes as mãos sabem resolver enigmas que o intelecto em vão lutou por compreender.” C. G. Jung




Há momentos em que a mente se cala, e as mãos continuam. Elas seguem dobrando, lavando, cozinhando, trançando, costurando, como se soubessem algo que ainda não conseguimos nomear.


No cotidiano, nossos gestos repetitivos são como pequenas preces não ditas. E quando feitos com presença, eles revelam uma sabedoria ancestral que habita o corpo e que não precisa ser explicada para ser verdadeira.

As mãos trabalham no limiar entre o consciente e o inconsciente. Entre o visível e o invisível. Entre o fazer e o sentir.


Enquanto dobramos roupas, talvez estejamos, sem perceber, tentando dobrar também as partes confusas da nossa psique.

Ao preparar uma refeição, talvez estejamos alimentando não só o corpo, mas nossas partes mais famintas de afeto e cuidado.

Ao escovar os dentes, talvez estejamos tentando limpar algo que ficou atravessado, indizível, mas que o gesto silenciosamente processa.


Nossas mãos carregam memória, intenção e alma. Por isso, os gestos cotidianos podem ser mais do que rotinas: podem se tornar rituais de presença, como portais por onde o inconsciente se expressa sem palavras.


Experimente:

Escolha um gesto que você faz todos os dias - como escovar os dentes, dobrar a roupa ou cozinhar. Faça-o hoje com total presença.

Observe o ritmo, o toque, a temperatura, a repetição. Respire com ele. Sinta o que emerge.

Talvez não venha nenhum pensamento claro — mas uma sensação, uma lembrança, uma imagem. É o inconsciente sussurrando por meio das mãos.


Perguntas para sua alma:

  • Que gestos você repete todos os dias, quase sem perceber?

  • Que sentimentos surgem quando você realiza essas pequenas tarefas com atenção total?

  • O que suas mãos sabem fazer sem pensar? E o que isso revela sobre você?

  • Há algum ritual simples que, se feito com alma, poderia se tornar um espaço de cura?


No silêncio dos gestos, há uma escuta. No fazer com presença, há revelação. Talvez o que sua alma precise agora não seja mais pensar — mas tocar, sentir, permitir-se ser guiada pelas mãos.


Vamos juntos ouvir o sagrado no seu cotidiano?



 
 
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