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Há quem busque o desconforto para se sentir em casa

  • Foto do escritor: Nicole Plascak
    Nicole Plascak
  • 17 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de ago.


Nem todo conforto é confortável.

E nem todo desconforto é evitado.


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Muitas vezes, nos surpreendemos ao perceber que aquilo que mais nos machuca também nos atrai. Nos envolvemos em relações que nos diminuem. Escolhemos ambientes onde somos constantemente postos à prova. Repetimos padrões que nos trazem dor e mesmo assim, não conseguimos abandoná-los.


Por quê?


Porque a alma busca o que conhece como “lar”. E, para muitos, o lar emocional foi construído dentro do desconforto: rejeição, crítica constante, ausência de afeto, imprevisibilidade. O caos tornou-se familiar. O sofrimento, previsível. A instabilidade, um tipo de chão.


A psique não se orienta pelo que é ideal, mas pelo que é reconhecível. Ela busca coerência interna, mesmo que isso signifique perpetuar antigos sofrimentos.

Assim, há quem inconscientemente repita situações difíceis, não por fraqueza, mas porque isso ressoa com uma imagem arquetípica de "casa" que foi construída na infância.


E é preciso uma força imensa para desaprender isso. Para reconstruir a ideia de casa. Para reconhecer que segurança não precisa vir da dor. Que amor não precisa vir com ausência. Que paz não precisa do caos como fundo.


Perguntas para a alma:

  • Que tipo de desconforto lhe é familiar ao ponto de parecer “natural”?

  • Que imagem interior você carrega de “lar”? Há crítica, tensão, ansiedade nesse lugar?

  • Em quais situações você sente que está se repetindo, mesmo querendo algo diferente?

  • O que você aprendeu a chamar de “normal”, mas que agora percebe que não é saudável?


Desfazer o lar interior construído na dor é um processo delicado. Exige coragem, consciência e, acima de tudo, compaixão por si. Porque foi com esse desconforto que você sobreviveu. Mas é possível aprender um novo jeito de viver.


O autoconhecimento não apaga o passado, mas dá liberdade para não repeti-lo. Você pode escolher, com consciência, um novo lar para a sua alma, um onde haja espaço para o descanso, para o amor leve, para o silêncio fértil.


Você não precisa merecer a paz. Você só precisa reconhecer que ela é possível. E então, passo a passo, construir um lugar onde seja possível respirar — e habitar — em paz.

Vamos juntos nessa reconstrução?



 
 
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